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Um olhar diferente

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  Ilustração: o_soo_lemio Pinheirinho de alegria tra lalá lá lá, lalá lá lá Sinos tocam todo dia tra lalá lá lá, lalá lá lá É o Natal que vem chegando... Muitos não lerão este texto. Pararam em “alegria”, ou no máximo em “sinos tocam”. Entendo. Afinal, que motivos temos para comemorar em um ano como este? Com tantas perdas, com mais de 1 milhão e meio de pessoas mortas por um vírus, com a população mundial vivendo uma vida atípica, sem o convívio social, sem emprego, sem saúde... sem paz. Então por que uma idiota viria com seus “tra lá lás” como se nada estivesse acontecendo? E eu respondo: porque se estamos lendo isso é porque sobrevivemos. Tivemos a sorte ou a benção de sermos poupados, nessa grande roleta russa que foi o ano de 2020. E que por sinal, ainda não terminou. Mas até agora, sobrevivemos. Ao contrário do nosso amigo, do nosso ente querido, do nosso vizinho, do nosso ator ou cantor. Ao contrário de tanta gente conhecida que vimos partir, sem nem podermos nos despe

Alimentos probióticos e prebióticos: São gostosos e fazem bem

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  Ilustração: o_soo_lemio Chegou a hora de conhecermos algumas receitas bem fáceis de probióticos e prebióticos, que além de deliciosas vão ajudar na manutenção da nossa querida microbiota Na edição anterior da coluna Feijão com Arroz , eu falei da importância da nossa microbiota, também conhecida como flora intestinal. Vimos o que são os alimentos probióticos e prebióticos, que estimulam a nossa flora e trazem benefícios para a nossa saúde. Hoje, como prometi, vamos de receitinhas. Todas muito simples, extremamente saudáveis e muito mais que nutritivas. Eu até considero esse tipo de alimento como uma espécie de medicamento preventivo. Não custa muito incluí-los na nossa dieta, mas os benefícios serão de grande valor. Antes de qualquer coisa, eu preciso deixar bem claro aqui que, para fazer qualquer alimento é preciso prestar muita atenção na higiene dos utensílios e das mãos. No caso dos probióticos, a atenção é redobrada, porque não queremos a contaminação com bactérias do mal. Entã

Nossos queridos inquilinos

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  Ilustração: o_soo_lemio Nossos queridos inquilinos   A população de seres vivos que moram nos nossos intestinos é chamada de microbiota intestinal. Ela interfere fortemente na nossa saúde, nos ajudando a combater inimigos indesejáveis e doenças. Sabe-se que existem trilhões de bactérias de mais de cem tipos diferentes na nossa flora intestinal.    Além de combater as bactérias maléficas, a nossa microbiota ajuda na digestão da lactose, estimulação do sistema imune, evita a constipação, auxilia na absorção de minerais e vitaminas entre outros benefícios.  Há estudos sobre a influência da microbiota na prevenção do câncer de cólon, infecções do sistema urinário e genital e doença cardiovascular. Alguns sugerem efeitos contra a hipertensão e no controle do colesterol. (Fonte: Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas n°42, artigo de Susana Marta Isay Saad, do Departamento de Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica da USP)  Eu conversei com o gastroenterologista Eduardo Yuske Oku sobre a i

Você sabe o que está comendo?

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Ilustração: o_soo_lemio Você sabe o que está comendo ? Esta quinzena quero trazer aos leitores uma pergunta e um desafio. A pergunta é: você sabe o que está comendo? Quando compra uma simples bolacha de água e sal ou come seu pão francês com margarina, você acha mesmo que sabe o que está ingerindo? Posso afirmar que é mais, muito mais que farinha, água, gordura, sal e fermento. Esses seriam os ingredientes que iríamos ingerir se estivéssemos comendo um pão caseiro ou uma bolacha saída do nosso forno. Mas, a partir do momento que optamos pela praticidade dos industrializados, muitas outras coisas adentram a nossa boquinha. Nem todas ruins, claro, mas muitas delas questionáveis. Estou falando dos aditivos alimentares.  Eles estão em tudo, menos na água mineral, espero. São necessários. Não se pode produzir em larga escala sem colocar uma química para evitar o mofo, por exemplo. Aquele pãozinho de forma, hein? Há mais de 15 dias nas prateleiras do mercado e ainda macio, úmido e sem nenhum

Na pressão

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Ilustração: o_soo_lemio Na pressão Hoje, a coluna   Feijão com Arroz   está na pressão. Quase explodindo, sem paciência mesmo. Hoje, eu quero o simples, o prático, o rápido. Sujar pouca louça, sair da cozinha o quanto antes. Estou grata por estar viva, por estar com a minha família, por ter o que comer. Mas também estou cheia de tudo o que está acontecendo. Só notícias ruins, mortes e luto, gente que não se respeita e nem respeita os outros, este ano que parece que nunca vai acabar. Ai, ai. Então resolvi escrever sobre algumas receitas maravilhosas, nutritivas, baratas e práticas. Todas feitas na panela de pressão. Porque um pratinho gostoso na mesa é um afago na alma, não é? Então, vamos lá. Sabe aquele domingo em que você acorda cedo, para assar aquela costela na churrasqueira, que só vai ficar pronta mesmo lá pelas seis da tarde? Hummmm, soltando do osso. Pois é, esquece isso. A minha sugestão de costela é para ser feita na segunda-feira mesmo, se você quiser, em apenas 40 minutos.

Parece, mas não é

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Ilustração: o_soo_lemio Parece, mas não é Qual relação da fé com a culinária? Pode ser mais íntima do que imaginamos. Você olha para aquele pudim de leite condensado, sente o cheiro do caramelo e acredita piamente que está comendo pudim de leite. Mas, não está. É um pudim de banana. Ou então se delicia com um maravilhoso curau que… Surpresa! Passou longe do milho verde. Isso é possível? Pode crer que sim. Uma vez estava assistindo ao programa de uma famosa apresentadora que conversa com papagaios, quando ela anunciou a receita de um caviar especial. Só de ouvir a chamada já desconfiei que aquilo não iria prestar. Quando ela finalmente ensinou a receita, fiquei pasma. Era um caviar de sagu. Pensei: para que isso, meu Deus! Se eu não posso comer caviar, eu fico sem comer. Melhor do que provar uma receita de sagu salgado e tingido com gosto de peixe. Deixo claro aqui que nunca fiz essa receita, por falta total de interesse. O episódio despertou em mim a reflexão sobre o que vale a pena a

Almoço de domingo

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Ilustração: o_soo_lemio Almoço de domingo Uns amam, outros detestam. Mas o domingo é um dia especial para os que o veneram e para os que o desprezam. É o início de uma nova semana, a retomada de um ciclo onde tudo pode acontecer. Alguns vão à missa. Muitos reúnem a família. Mas não gosto de marcar nada aos domingos, pois para mim é um dia preguiçoso. De levantar tarde e simplesmente deixar passar as horas. Almoço? Depois das duas. Com receitas que a gente não come em outros dias, só no domingo. Também é dia de sobremesa, com tempo para ficar sentado à mesa e jogar conversa fora. Lá na memória tenho um espaço carinhoso para os almoços de domingo. Fecho os olhos e lembro da infância, da mãe e do pai e dos irmãos pequenos. Das visitas anuais que fazíamos aos parentes em Minas. Das idas à casa da Tia Luíza e do Tio Joãozinho, lá no Floramar, perto da Pampulha. Chegando na casa era uma euforia, gente que não se via há muito tempo. Depois me juntava aos primos e íamos brincar no quintal, enq

Uma torrada para Pietro

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Ilustração: o_soo_lemio Uma torrada para Pietro Outro dia o Pietro, amigo da minha filha, estava pedindo umas dicas de como fazer uma torrada francesa. A Julia o ensinou todo o processo, porém, ela mesma, nunca tinha feito a receita sozinha. O resultado foi frustrante para Pietro, que acabou com algumas fatias de pão encharcado e despedaçado na frigideira para seu café da manhã. Tanto a Julia quanto o Pietro são adolescentes e não têm muita experiência na cozinha. Por isso, preparações simples, como as torradas francesas, são ótimas formas de iniciar uma aproximação com o fogão. Penso que, durante a pandemia, sem aulas, sem sair de casa, a moçada mais jovem tem uma ótima chance de aprender e praticar técnicas culinárias. Na minha opinião, não há coisa mais triste do que não saber preparar nada na cozinha. Ficar à mercê do Miojo, do Cup Noodles, dos sanduíches industrializados de micro-ondas…. Quanta depressão! Por isso hoje quero falar de coisas bem simples, que qualquer um pode fazer

A maldição do pão de queijo

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Ilustração: o_soo_lemio A maldição do pão de queijo Nasci em Minas Gerais. Minha família toda é de lá. Apesar de ter vindo para Curitiba muito nova, aos quatro anos, os costumes mineiros nunca me abandonaram. E se tem uma coisa que todo mineiro faz, com louvor, é comer pão de queijo. E por isso, uma boa parte deles, dos mineiros, são craques em fazer a iguaria. Para eles é que nem fritar ovo. Tem até uns que não sabem, mas não são vistos com bons olhos por isso. Minha mãe fazia um bom pão de queijo. Às vezes a receita não dava certo. Daí os detalhes entravam em cena: o queijo daqui não presta, o polvilho daqui não é bom… De certo, queijo de lugar nenhum pode ser comparado ao de Minas. Não é culpa de ninguém, não é que as pessoas dos outros estados não saibam fazer queijo. É que as vacas mineiras são especiais. Se alimentam de capim santo, deve ser. Ou talvez seja mesmo o  terroir  (fala-se terroárr), palavrinha francesa que nem tradução tem, mas que é boa para explicar aquilo o que a g

O bolo perfeito

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ilustração: o_soo_lemio O bolo perfeito Quem, em sã consciência, não gosta de um bolo bem fofinho no café da tarde? Eu gosto a qualquer hora, no café da manhã também. Até dispenso o pão quando tem bolo na mesa. Agora, bolo tem que ser caseiro. Não há como comparar a iguaria que sai do nosso forno com aquelas compradas prontas, principalmente as de supermercado. Fazer bolo é muito fácil e rápido e, após terminar de ler esta coluna, você não vai mais comprar bolo pronto, nem de pacote. Não é que eu queira ser chata, mas as vantagens de fazer seus quitutes em casa são maiores do que a praticidade de comprá-los pronto. A começar pelo preço, é muito mais econômico. Depois tem a qualidade, quando você usa ingredientes das marcas que confia. Além de saber exatamente o que tem na sua receita e usar apenas o que é realmente necessário, sem aditivos químicos, sem gordura trans, sem conservantes e corantes. Recentemente passei por duas situações com amigas que me levaram a escrever sobre este ass

Milho, a estrela do mês de junho

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  Ilustração: o_soo_lemio Milho, a estrela do mês de junho Quem é da cidade grande e nunca perde um episódio de Globo Rural levanta o dedo! Eu também. Nem ligo de ter que acordar cedo aos domingos para assistir a esse maravilhoso programa. Acho que é porque, no fundo, somos todos da roça. E se você é assim, já ouviu falar muito do milho safrinha. Mas sabe exatamente o que é? A safrinha é uma segunda colheita de milho, fora de época. O milho é uma cultura muito sensível às condições climáticas, principalmente à chuva e ao sol. Por isso ele é cultivado no verão, dependendo da região brasileira, de agosto a dezembro, com colheita prevista até março. Mas na década de 80, devido a vários motivos, como por exemplo a falta de ingredientes para ração, alguns agricultores resolveram utilizar a sobra de sementes para um segundo plantio. Digamos, de maneira bem leiga, que os agricultores estavam com um restinho de sementes e resolveram aproveitar o pouco de calor e chuva do final do verão e do in